domingo, 27 de março de 2016
domingo, 20 de março de 2016
Aula 20 de março
O continente Europeu
Com uma área de pouco mais de 10
milhões de quilômetros quadrados (10.521.466 km2), que correspondem
a apenas 7% das terras emersas, a Europa é uma das menores porções continentais
do globo. O continente europeu estende-se do oceano Atlântico aos montes Urais
(que o separam da Ásia).
Diferentemente dos outros
continentes, as terras da Europa não estão distribuídas de forma compacta. Seu
extenso litoral, bastante recortado, contém um grande número de mares, golfos,
penínsulas, fiordes[1] e
outras formações geomorfológicas. Isso facilita a construção de portos,
favorecendo a utilização do transporte marítimo, mesmo entre regiões e países
do mesmo continente.
Dos mares europeus, os mais
importantes são: Mediterrâneo, Negro, Adriático, do Norte, Báltico, da Noruega,
Egeu e Cáspio. Ao norte do continente, em razão dos climas frios, alguns mares,
parte do Atlântico e do Ártico congelam-se durante o inverno, dificultando a
navegação.
A Rússia é um dos países mais
afetados pelas baixíssimas temperaturas no inverno, pois as saídas por mar para
o Atlântico, as únicas com as quais o país pode contar, ficam congeladas nessa
estação. O acesso ao Atlântico é feito pelo mar Mediterrâneo, passando pelo mar
Negro e atravessando os estreitos de Bósforo e Dardanelos e o mar de Mármara,
os três últimos controlados pela Turquia.
Dentre as várias penínsulas,
destacam-se:
·
a península Escandinava, onde se localizam a
Noruega e a Suécia;
·
a península da Jutlândia, onde se situa a
Dinamarca;
·
a península Ibérica, constituída pela Espanha e
por Portugal;
·
a península Itálica, onde se localiza a Itália;
·
a península Balcânica ou dos Bálcãs, constituída
por Bulgária, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Macedônia,
Turquia (parte europeia), Grécia e Albânia.
Sobressaem também ilhas e
arquipélagos:
·
no oceano Atlântico, o arquipélago Britânico,
cujas maiores ilhas são a Grã-Bretanha e a Irlanda, o arquipélago dos Açores e
a ilha da Islândia;
·
No mar Mediterrâneo, as ilhas Baleares e as da
Sardenha, da Sicília, de Córsega e de Creta;
·
No mar Egeu, o arquipélago grego.
Mais informação: Eurotúnel
Em dezembro de 1990, 51 metros
abaixo da superfície do canal da Mancha, operários ingleses e franceses
concluíram a abertura do primeiro dos três túneis previstos no projeto que liga
a Inglaterra à França. Um dos túneis serve aos trens de passageiros, o outro,
ao trem que leva automóveis, e o terceiro é para manutenção. A ideia da ligação
entre os países foi do engenheiro francês Albert Mathieu, apresentada a
Napoleão Bonaparte em 1802.
Desde 1994, com a conclusão dos
trabalhos, é possível percorrer os 50,5 quilômetros que separam a ilha do
continente, dos quais 35 quilômetros de túnel encontram-se sob o mar. A viagem
de trem entre Paris e Londres dura aproximadamente 2 horas e meia.
O relevo
Na maior parte da Europa
predominam baixas altitudes – cerca de dois terços de sua área continental têm
altitudes inferiores a 200 metros. No Brasil, o relevo também apresenta
altitudes relativamente modestas (predominam no país patamares inferiores a 500
m). Entretanto, diferentemente do que ocorre no relevo brasileiro, na Europa há
cadeias montanhosas com altitudes superiores a 4 mil metros (Alpes) e a 5 mil
metros (Cáucaso).
O relevo europeu é formado por
planaltos (inclusive maciços antigos), cadeias de montanhas, planícies e
depressões.
Os planaltos são encontrados ao
norte e distribuídos pela parte central do continente. São formas de relevo
desgastadas pela erosão, caracterizadas por baixas altitudes e formas
arredondadas ou planas (mesetas[2]).
Esses maciços, que se estendem
pela península Escandinava (Alpes Escandinavos) e pelas ilhas Britânicas
(cadeia Penina), prologando-se pela Europa Central (maciço Xisto-Renano), pela
França (maciço Central) e pela Espanha (meseta Espanhola), têm como ponto
culminante o pico Glittertind, com 2472 metros (nos Alpes Escandinavos).
Outros planaltos europeus são: o
planalto da Boêmia (República Tcheca), o planalto de Valdai, o Central Russo e
os montes Urais (Rússia).
Em contraste com a pequena
altitude e a forma arredondada dos maciços do norte, na porção central e sul do
continente europeu estendem-se as cadeias de formação mais recente e altitudes
elevadas. Entre elas, a cadeia mais importante são os Alpes. Essas cadeias montanhosas foram formadas por
tectonismo (desdobramentos ocorridos na Era Cenozoica – Período Terciário). A
porção sul apresenta atividades sísmica (terremotos) e vulcânica.
A atividade vulcânica também é
intensa na Islândia. Além dos vulcões, há na ilha cerca de 800 fontes de água
quente, chamadas gêiseres, que lançam água a temperaturas entre 75 oC
e 100 oC e são aproveitados
para a geração de energia.
Os Alpes estendem-se
aproximadamente desde Nice (no sul da França) até Viena (no extremo leste da
Áustria), formando um grande arco, que abrange principalmente o território da
Suíça e o norte da Itália, além do leste da própria Áustria. Contam com 12
picos com mais de 4 mil metros de altitude, dos quais o monte Branco (4807 m) é
o ponto culminante.
Além dos Alpes, destacam-se na
Europa outras cadeias montanhosas:
·
os Pirineus, na divisa entre França e Espanha;
·
os Apeninos, na península Itálica;
·
os Cárpatos, pequeno arco em torno da planície
da Hungria;
·
os Bálcãs, na península Balcânica, entre o mar
Adriático e o mar Negro;
·
o Cáucaso, entre o mar Negro e o mar Cáspio.
Cerca de dois terços do relevo
europeu é formado por planícies que
se localizam, principalmente, nas partes leste e central do continente. Tal
fato favorece o desenvolvimento de atividade agrícola mecanizada. São planícies
sedimentares cortadas por importantes rios navegáveis e se estendem do mar do
Norte aos montes Urais.
As planícies mais extensas são: a
Russa (também chamada de Sarmática), a Germano-Polonesa (conhecida como
planície do Norte da Europa) e a da Hungria. Existem outras menores, como a
planície do Pó (ao norte da Itália), a bacia de Paris e a bacia de Londres .As
depressões[3]
absolutas ocorrem junto ao mar Cáspio (entre a Europa e a Ásia) e na Holanda
(Países Baixos), ao norte do baixo curso do rio Reno. Para impedir o avanço da
água do mar sobre o país, os holandeses constroem diques, canais de drenagem e
sistema de bombeamento de água.
A hidrografia
Os rios europeus não se destacam pela grande extensão, mas por seu volume de água e sua importância como via de transporte. A Europa apresenta cerca de 75 mil quilômetros de vias fluviais, dos quais 43.500 quilômetros são constituídos por canais.
Os principais rios europeus são o
Danúbio, o Volga e o Reno.
O rio Danúbio nasce na região da
Floresta Negra (Alemanha), a mais de 600 metros de altitude, e deságua no mar
Negro. O Danúbio é o rio que atravessa o maior número de países europeus:
Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Montenegro, Bulgária,
Romênia e Ucrânia, servindo como limite para alguns deles. Além de estar
relacionado com um grande número de países, o Danúbio é o principal rio de três
importantes capitais europeias: Viena (Áustria), Budapeste (Hungria) e Belgrado
(Sérvia).
Dos seus 2858 quilômetros de extensão,
2450 quilômetros são navegáveis em qualquer época do ano. O tráfego no Danúbio
(navios de carga e de passageiros) foi internacionalizado em em 1856 (tráfego internacionalizado: trânsito
permitido e oficializado entre países). Com isso, o rio tornou-se uma
importante via de ligação entre a parte ocidental e a parte oriental da Europa.
Entretanto, após a Segunda Guerra Mundial, quando os países da Europa Oriental
adotaram o socialismo, esse tráfego pelo Danúbio ficou bastante reduzido. Com o
fim da divisão da Europa – capitalista e socialista –, o Danúbio recuperou sua
importância como principal elo de comunicação entre os países europeus,
possibilitando o transporte de mercadorias e pessoas.
Outro traço importante do rio
Danúbio é o fato de comunicar-se com o rio Reno, através do canal Ludwig e do
rio Meno.
Mais informação: A bacia do Danúbio
“O Danúbio é o segundo rio mais longo da Europa (depois do Volga), atravessando-a de oeste a leste, desde sua nascente, na Floresta Negra (Alemanha), até desaguar no mar Negro, no Delta do Danúbio (Romênia). [...]
A bacia do rio Danúbio abrange partes ou a totalidade de 18 países [...]. O Delta do Danúbio representa um dos últimos paraísos naturais da Europa e o maior parque do continente. Com quase 50 mil hectares de águas, tem ilhas, florestas virgens, canais, lagos, muitos peixes – até os esturjões, relíquias terciárias que dão o famoso caviar – e centenas de espécies de aves.
Ao longo dos anos, os recursos naturais e ecossistemas do Delta foram seriamente afetados pela intervenção humana e pela contaminação causada por esgotos domésticos e industriais, pesticidas e nutrientes, pela redução das zonas inundáveis por meio de represas, ou com a superexploração dos recursos do Delta pela agricultura, pesca, caça, turismo, crescimento e corte de juncos e extração de areias.
No início da década de 1990, foi criada a Reserva de Biosfera Delta do Danúbio, abrangendo o Delta e o sistema de lagos Razim-Sinoe. Sua função é preservar a diversidade genética da floresta e fauna do Delta do Danúbio, manter os sistemas de apoio vital e assegurar o uso sustentável de espécies e ecossistemas. A reserva é formada por 18 áreas protegidas, que cobrem 506 mil hectares, onde são permitidas atividades econômicas controladas, tais como corte de árvores, agricultura, corte de juncos, piscicultura, caça e turismo. [...]”
OLIVEIRA, Cecy. A bacia do Danúbio, patrimônio da humanidade. Março 2007, p. 81-82.
Com 3701 km de comprimento, o rio Volga é o mais extenso do continente. Ele nasce no planalto da Valdai, corre pela planície Russa e desemboca no Mar Cáspio. É navegável em quase todo o seu curso e suas águas permanecem congeladas durante boa parte do ano.
O Reno, com 1350 km de extensão , é outro rio de grande
importância para o espaço geográfico europeu, pois liga a parte central da
Europa aos Países Baixos. Ele nasce nos
Alpes Suíços, separa a Alemanha da França, corta a principal região industrial
da Alemanha, passa pelos Países Baixos e desemboca no mar do Norte.
Junto ao seu principal afluente
na Alemanha, o rio Ruhr, localiza-se o maior complexo industrial da Europa.
Em razão das obras de engenharia,
o Reno é navegável da Basileia ( Suíça) até o mar do norte ( porto de Roterdã,
na Holanda), o que permite o escoamento de vários produtos a custos bem menores
do que por outras vias. Além disso, em seu curso foram construídas varias
usinas hidrelétricas.
O Reno se comunica com vários
outros rios através de canais e liga o oceano a varias regiões industriais do
interior do continente. Isso tornou o
porto de Roterdã, localizado em sua foz , um dos mais movimentados do mundo.
Outros rios importantes do continente europeu são:
ü Tejo
Douro e Minho, em Portugal.
ü Tejo
Douro e Ebro, na Espanha.
ü Sena,
Loire e Ródano, na França.
ü Tâmisa,
na Inglaterra.
ü Pó,
Tibre e Arno na Itália.
ü Vístula
e Oder, na Polônia.
ü Elba,
na Republica Tcheca e na Alemanha.
ü Don
e Dnieper, na Rússia.
ü Dnieper,
na Ucrânia e em Belarus.
Os dois principais centros
dispersores de agua da Europa são : os Alpes ( norte da Itália, sul da França ,
Suíça, Áustria, e extremo sul da Alemanha) e o planalto de Valdai ( Rússia).
Responda
1- Que
fronteiras naturais entre a Europa e a Ásia o mapa permite identificar ?
2- Quais
formas de relevo há no continente europeu?
3- Quais
são os continentes que se limitam com continente europeu?
4- Cite
quais são os montes mais altos do continente europeu?
5- Cite
o nome das penínsulas do continente europeu?
6- Quais
são as maiores ilhas do continente?
7- Quais
são os principais mares do continente Europeu?
8- O
que é o Eurotúnel?
9- Qual
ilha na Europa tem atividade vulcânica ?
10- Onde
se localiza o Cáucaso?
11- Quais
são os principais rios Europeus ?
12- Qual
rio mais extenso do continente europeu?
13- O
que é uma península?
14- Que
países se localizam na Península Balcânica?
[1]
Fiorde: estreito corredor em forma de U, de grande profundidade (pode alcançar
até 600 m), que se localiza em um litoral alto. Os fiordes foram construídos
pela erosão glacial e, posteriormente, invadidos pelo mar.
[2]
Meseta: denominação regional utilizada na Espanha Central para os planaltos com
topo plano e escarpas acentuadas nas diferentes direções.
[3]
Depressões: trechos do relevo mais baixos que as áreas que os circundam. Quando
esses trechos estão acima do nível do mar, recebem o nome de depressões
relativas; quando estão abaixo do nível do mar, são chamados de depressões
absolutas (altitudes negativas).
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